Os desafios das mulheres no mercado de trabalho nos últimos quarenta anos mudaram muito no que diz respeito à inserção delas em seus postos variados.
Se em 1976, 29% das mulheres trabalhavam no Brasil, adentramos o novo milênio com mais de 40% trabalhando ou procurando emprego, ou seja, participando efetivamente da PEA – População Economicamente Ativa, que inclui para o IBGE aqueles(as) que estão ocupados(as) e os(as) que estão à procura de trabalho.
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É importante notar que apesar do aumento do emprego ou da procura por um trabalho entre as mulheres em idade economicamente ativa, no que diz respeito à formalização, a situação feminina continua desfavorável.
Segundo dados do IBGE, a formalização entre as mulheres passou de 51,3% para 57,9%, no entanto, ainda foi inferior ao observado entre os homens (de 50% para 59,2%). Além disso, dados do mesmo instituto apontam para o fato de que os rendimentos femininos ainda não se igualam ao masculino em nenhuma das áreas gerais de formação.
A longa história das mulheres no mercado de trabalho
Um filme dirigido por Martin Scorcese, em 1974, foi historicamente muito importante, simbolizando a emancipação feminina nesse contexto e que, diante do quadro que aqui destacamos, ainda ressoa muito atual em relação aos anseios de grande parte da população feminina ao buscar sua inserção no mundo do trabalho.
Trata-se de Alice não mora mais aqui, estrelado por Ellen Burstyn, ainda sob os auspícios do seu sucesso em O Exorcista, de Willian Friedkin.
Alice é casada com um caminhoneiro e fica viúva após o marido sofrer um acidente. Ela tem um filho para criar e decide sair da cidade, deixando para trás uma grande amiga. Para ganhar a vida, consegue um emprego como cantora, mas dura pouco.
Ela envolve-se com Ben Everhart (Harvey Keitel), um homem casado e agressivo, sendo então obrigada a fugir da cidade. Noutra localidade, consegue um emprego de garçonete, onde conhece Flo (Diane Ladd), que se revela sua nova grande amiga, e se apaixona por David (Kris Kristofferson), um fazendeiro divorciado.
Bom humor e elegância
O modo como a trama é composta nos coloca diante de todos os impasses que uma mulher que fora dependente do marido precisa enfrentar quando se vê sozinha tendo um filho para criar.
É preciso que se diga que há muita leveza no filme: a relação dela com o garoto de cerca de dez anos é pautada por um sincero bom humor e mesmo as situações dramáticas são superadas com elegância.
Isso faz com que possamos assistir ao filme sem nos desgastar em emoções tormentosas e vejamos as coisas com uma certa racionalidade, sempre tão necessária quando também queremos responder àquelas que, em determinada altura, se colocam como questões cruciais para Alice: O que você quer? O que você pretende fazer, de verdade?
Sem essa certeza e/ou convicção a respeito do que se pretende na vida ou no mercado de trabalho, nenhuma mulher poderá avançar. Isso era válido naquela época, dos primórdios da emancipação feminina, e continua sendo válido hoje quando tanto ainda toda mulher precisa conquistar.
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